terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Férias no Faina

Entre serras, rios e matas o Cerrado é pura beleza em caminhos tortuosos, pedras e água cristalina que derrama lágrimas em lindas cachoeiras e com o mais profundo cheiro de mata, onde vive um povo simples e sincero que troca esperanças e apóia uns aos outros com a premissa de viver em comunidade ao embalo da cultura popular.

Falo de uma terra esquecida e até desprezada, aos olhos de muitos que vivem aqui pelas bandas de Goiás; trata-se do município de Faina (GO), que passa a existir em 1989, quando é desmembrado da antiga cidade de Goiás e deixa de ser distrito para se tornar cidade.

Abençoado por Nossa Senhora da Penha, padroeira da cidade, Faina esconde o que tem de mais bonito no Cerrado Goiano, com toda a sua flora, fauna, pessoas e cultura local, que tem na Folia de Reis, o resgate popular, já que trata de uma das solenidades mais antigas do calendário cristão, no qual se comemora a visita dos Reis Magos ao menino Jesus.

A razão de ser de uma Folia de Reis é a representação da jornada dos magos, trata-se especialmente de um teatro musical paralitúrgico. Há papéis de

terminados, organização interna, texto e música próprios; tudo isto sintetizado na figura do embaixador (ou chefe da folia como chamam), que manda mais, tendo que saber todos os fundamentos da folia, cantar de cor e ser repentista. Cumpridas as obrigações, os foliões são chamados a um jantar onde se repete, com maior solenidade, o cerimonial dos pousos anteriores.

Foi neste ambiente mágico e desconhecido aos meus olhos, que passei alguns dias em férias, na Fazenda Luiz de França, onde mora a Dona Edna, o Seu Oride, pais da minha querida namorada Patricia Godinho, que junto com sua irmã Mariana, viveram e foram criadas na infância, embrenhadas na mata, tomando leite no curral e tomando banho na região do Alagado.

Lá tem pé de pequi, tem curriola, seriguela, goiaba, abacate, caju, manga... e outros tantos pés de “árvre” que dá fruta, ou que dá flor, que dá sombra ou esperança, de um cerrado que a gente come com os olhos e sente o sabor e o aroma que só pode sentir de verdade estando por lá.

Fui passar o fim de ano e fiquei para a festa de Folia de Reis, já que teve pouso da folia na Fazenda Luiz de França, passando a festa acabei ficando, ficando... para conhecer um pouco mais da região, revezando na garupa da moto da Patricia ou do pai dela... fomos até no povoado da Burduna, que encerrou a festa de folia com a recolhida dos foliões, com cantoria e muita, muita comida outra vez, rs....

Por lá bebi leite no curral, comi abacate com açúcar, comi carne da lata e conheci muita gente legal... a Maria de Lurdes, o João Uilha (será que se escreve assim?), o Zé Coei, o Cumpade Paulo (Reino) e tantos outros. Além de poder rever a família da Patricia... os motoqueiros selvagens, Marcelo, Juarez, Thiago, Dudu... as crianças, Marcelinho, Juliana e Guigui... Dejane, Glaucia, Carla... o Mendes e a Helena, Gabriela e Flora e por fim, dona (ti) Divina.

Depois conto as aventuras que passei por lá, rs. Ainda tem muita história.

Abraços de bom começo de ano para todos nós,

Diogo Damasceno Pires

Um comentário:

João Damasio disse...

Uau... Faina é uma cidade linda!!...

Deu vontade de visitar Faina um dia...
um dia eu vou, Diogo, vc e a Patrícia serão meus guias turísticos.