O Rio seguia caminho, abraçando a terra e desenhando a estrada que corria ao lado, bem próximo da mata que circundava o lugar, em meio a pedras, cascalho e terra batida, que já guardou passos, de gente e de bicho, que cruza a mata em busca de água pra matar a sede.
Logo na curva do Rio, uma grande pedra escorava o barranco, que servia de banco à sombra de uma frondosa árvore, que filtrava o sol, distribuindo energia e cegando por alguns instantes os olhos do homem, que lá sentava e descansava da longa caminhada.
Sempre caminhando sozinho, o homem inspirava e expirava profundamente, procurando conciliar os pensamentos que rondavam a sua mente naquele momento. Das mudanças que ocorriam dentro de si.
Como a água, seus pensamentos corriam e seguiam um longo percurso... Viajando pela mente, sem encontrar paradas, começo ou fim; encontrando imagens, imaginando sons e cheiros, vivendo cada instante... a cada respiração.
Seus pés descalços eram banhados pelo Rio... refrescando-o e permitindo pequenos movimentos com os dedos enterrados na área fina, de modo a provocar desvios na água, sem a intenção de mudar seu percurso natural, mas com a ideia fixa de entender seu breve movimento.
A mudança, por menor que seja, sempre existirá! Foi isto que compreendeu o homem no gesto singelo de parar por alguns instantes, na tentativa de integrar o ambiente sem tentar modificá-lo. O mesmo percebeu ser impossível deixar intocável o local e que por menor que sejam, às mudanças acontecem em nossas vidas você precisa encará-lasde frente.
A percepção seguinte, foi a da necessidade de compor o ambiente e fazer das suas mudanças parte do todo. Portanto, seja o Rio por alguns instantes e deixe que a água corra livre, afim de encontrar ela mesma o seu caminho. Confie na natureza, no seu coração!
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