terça-feira, 27 de setembro de 2011

O Jovem e as Conexões com o Mundo Real


O MUNDO ESTÁ UM CAOS

A Terra não pertence ao homem; é o homem que pertence a Terra. (...) O que quer que aconteça a Terra, há de acontecer também aos filhos da Terra.
(Cacique Seattle, Tribo Suquamish, EUA, 1855).

Você já deve ter escutado por aí, que o mundo não é mais o mesmo e que antes as coisas eram bem diferentes. Guerras, corrupção, pobreza e mazelas humanas, desequilíbrio ambiental, preconceito, doenças, violência e mais violência. É assim que percebemos o mundo quando ligamos o rádio ou a TV ou acessamos a internet. O mundo está de cabeça para baixo e a todo o momento assistimos a olho nu a barbárie ir tomando conta.

A sensação de insegurança e de violência está tão naturalizada, que nem damos bola mais para o noticiário, quando informa um assalto, um homicídio, outra tragédia ou qualquer desastre ambiental, afinal é só mais uma notícia em meio a tantas, de que somos informados diariamente.

Os mais velhos nos diziam, que no tempo deles, dormiam de porta aberta, nem precisavam trancar seus portões. Agora, faça isso nos dias de hoje e acordará possivelmente pelado com a mão no bolso.

Antes, contavam os nossos avós, era mais fácil prever o tempo e as estações seguiam seu curso sem grandes mudanças, mas hoje com o Aquecimento Global e com as ações do homem sobre o ambiente, cada vez mais temos um Planeta instável.

O momento que vivemos é imprevisível. Nada é certo e tudo é duvidoso. Ninguém mais está seguro de nada, pois o mundo está um caos e entrando cada vez mais em colapso. Não existem mais fórmulas precisas de como conduzir com segurança seus planos de vida.

Este é o retrato que montamos na mente ao perceber o mundo que os nossos pais e avós nos deixaram; e não é outro, se não você mesmo o responsável daqui para frente em mudar esta realidade catastrófica. Tenha consciência disto e não se isente do compromisso de salvar seu Planeta. Depende de nós, viver este presente e transformar o futuro.

CONEXÕES POSSÍVEIS

Segundo o Jornalista Danilo Moeda, a sociedade da informação, que poderia facilitar o convívio entre grupos sociais é também a sociedade do medo e do afastamento. Como isso aconteceu?

De fato não tenho uma só resposta, mas é possível perceber o quanto as coisas mudam de um dia para o outro, mesmo no nosso tempo, percebemos as mudanças de realidades acontecerem instantaneamente. Diz-se, que para toda ação existe uma reação e já dizia o ditado, que quando se fizesse algo de errado o castigo divino era certo e vinha à jato ou à galope, mas hoje com a modernidade o castigo é on-line mesmo (instantâneo!). E cada vez mais, presenciamos e vivenciamos essa violência contra os seres humanos e com a vida no planeta.

Vivemos a sociedade da informação, das redes sociais e da não-privacidade, em que tudo o que dizemos é publicizado nos veículos de comunicação, mais precisamente a internet, seja no Twitter, Orkut, Facebook, Google+, MSN, Gtalk, Skoob, Blogs, dentre outras intercomunicações existentes.

Os jovens, portanto, cada vez mais conectados, entretanto, cada vez mais distantes, uns dos outros e dos seus ideais. Falta ideal. Falta projeto de vida. Falta ter algo por que lutar... Será mesmo? Eis que o estranhamento da vida nos coloca em conflito entre o MUNDO REAL e o MUNDO VIRTUAL.

Se por um lado, falta atuação na prática, no corpo a corpo de jovens em busca dos seus ideais, o cyberativismo têm aglutinado cada vez mais jovens em torno de causas comuns, que hoje parecem abstratas, mas que se pararmos para pensar, são cada vez mais complexas.


Não é que as bandeiras de luta tenham mudado ou se fragmentado, mas o pensamento e a abordagem têm mudado constantemente e a ação, que antes era realizada em massa, a exemplo dos Caras Pintadas, que derrubou um Presidente da República do poder, hoje é realizada em grupos distintos, em causas que se subdividem em muitas outras, proliferando no envolvimento destas tribos juvenis.

Grandes mobilizações são feitas por jovens e cada qual, se identifica com um grupo juvenil que o acolhe, seja no Coletivo Jovem de Meio Ambiente, no Grupo de Jovens da Igreja, na reunião de amigos da Escola ou Universidade, Escoteiros, Esportistas, do movimento de Mulheres, de defesa dos Direitos Humanos, contra a Homofobia ou o Racismo, entre tantas outras lutas e bandeiras. Portanto, a luta da juventude hoje é DIFUSA.

A bem da verdade é que são muitos os sonhos e desafios que permeiam o imaginário da juventude, ou melhor, das juventudes, já que estas são plurais e diversificadas, cada qual carregando consigo sonhos, anseios, aspirações, angústias e esperanças.

Neste sentido, costumo dizer que ser jovem é ter vontade de fazer mais, é energia. É estado de espírito e respeito à diversidade, pois a juventude, na sua pluralidade, tem diversas tribos. Ser jovem é antes de tudo a tentativa de compreender o mundo a nossa volta. É nesta tentativa de compreensão do mundo que, surgem jovens mais preocupados com a vida do planeta e com disposição para transformá-lo.

Devemos, portanto, parar um pouco para repensarmos tudo o que está acontecendo com o Mundo em que vivemos e em tudo o que estamos fazendo e o que deixamos de fazer; pensar na maneira como agimos e nos fins que almejamos. Perceber a nossa fragilidade em relação ao Planeta, no sentido de que somos parte integrante do Universo e não os senhores e donos do mundo.

Só o que tenho a dizer, portanto, é que agora, mais do que nunca chegou a hora de mobilizar outros jovens, fazer as conexões possíveis, agir e promover grandes círculos de transformação da humanidade, a partir das ações e das redes de experiências e práticas que busquem a Sustentabilidade e a Cultura de Paz como meios de transformação da realidade em que vivemos no Mundo em que vivemos para o MUNDO REAL que queremos viver.

Por Diogo Damasceno Pires em 27 de setembro de 2011.

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